Cotidiano

Archive for Maio 29th, 2008

Blog criado por mim, pelo Di, Leandro e Marcão pra aula de Produtos Culturais e Segmentação de Mercado.

A proposta era criar uma mídia de acordo com a pauta que outros grupos criaram. E aí criamos um blog com variedades para o público gay. Tá bem no começo ainda mas dá uma olhadinha:

http://gaybr.wordpress.com

=)

SP

Posted on: 29 Maio, 2008

Vou te contar que morar em São Paulo não é fácil. Se você levanta cedo e cruza a cidade pra poder chegar onde trabalha sabe bem disso. Quando não é o puta congestionamento que te faz andar na mesma velocidade que a velhinha de andador, é o transporte público precário que estressa, machuca e te faz chegar atrasado mesmo saindo com horas de antecedência. Sem contar os agravantes inesperados, é claro. E é disso que eu vou falar hoje.

5h30 da manhã. O despertador toca e a minha vontade era apenas de jogá-lo pela janela, virar pro lado e dormir até meio-dia. Infelizmente não pude fazer isso, por razões óbvias, mas tudo bem, a vida nem sempre é como a gente quer. Dei um pulo da cama, tomei aquele banhozinho matinal pra tirar o sono exagerado, arrumei minha bolsa e saí de casa. Como de costume, peguei o ônibus Metrô Tatuapé e uma hora depois eu estava lá. Não me espantei com a quantidade grande de gente que tinha ali nos arredores das catracas, isso é normal às 7h40 da manhã. Acontece que além da pequena multidão havia também pessoas com seus celulares a postos pronto para capturarem uma imagem que, no primeiro momento, achei que fosse de algum acidente. Ledo engano. Toda aquela confusão, empurra-empurra e desespero era porque a Mulher-Melancia estava lá desfilando seu farto quadril numa calça legging tão transparente de justa e um mini top cor-de-rosa. “Ah que bacana, vou chegar atrasada por que essa louca resolveu aparecer aqui no metrô a essa hora da manhã”. Agora eu te pergunto, amigo leitor: o que raio essa mulher foi fazer lá? Só atrasar a vida dos babacas que paravam pra tirar foto e darem, claro, uma olhada nada discreta.

Ok, ultrapassei a multidão faminta por melancia e cheguei à plataforma. Parei atrás de uma senhora de seus 50 anos inconformada com a quantidade de gente que precisava urgentemente embarcar nos vagões já abarrotadíssimos de trabalhadores paulistanos. “É um absurdo! Espera o próximo, gente! Não empurra! Ai, tá pisando no meu pééééé!”, gritava a mulher com um semblante assustado. Que é extremamente desagradável o metrô no horário de pico não há dúvidas, agora, fazer escândalo e não querer ninguém encostando é no mínimo uma falta de bom senso. Quer conforto? Vá de taxi! (Numa próxima ocasião postarei outras peripécias no metrô).

Depois do showzinho a parte da velha estressada, vem outro contratempo. Ao descer na estação Barra Funda, costumo pegar um outro tipo de transporte. É a chamada Ponte Orca, uma espécie de lotação gratuita que vai direto para a estação Vila Madalena em apenas 15 minutos. Uma mão na roda né porque aí você se livra da muvuca do metrô. Ok, para ir de Orca é necessário pegar uma senha antes. Peguei-a e me dirigi à fila. Minutos depois, ao procurar a tal senha, descubro que a mesma não estava no meu bolso. Bateu o desespero, meu Deus, não vou poder embarcar! Eis que, como por encanto, uma pomba dessas bem porcas voa e pousa na minha frente. Pousou e ficou parada no chão, e, ao fitá-la, percebo que a minha senha estava debaixo da pata dela. E a pomba não andava, parecia que fazia questão de pisar mais e mais no meu papelzinho. Dei uma risadinha de lado, fiz uma cara de ‘não acredito numa coisa dessa’ e fui lá pegar o que me pertencia. Cheguei pertinho dela, simulei um chute forte e a ave inútil decolou. Sorte que minha senha não tinha enganchado na pata dela e voado junto, imagina que cena hilária. Recuperei o papel e voltei pra fila. Vinte e poucos minutos depois peguei a tal Orca e consegui chegar com 5 minutos de antecedência. Não adianta muito sair cedo. Ai São Paulo da garoa, viu…você ainda acaba comigo.


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