Farda rosa
Posted 24 Setembro, 2008
on:(Texto postado no blog “GayBr” para aula de Produtos Culturais e Segmentação de Mercado, no 3º semestre)
Depois de todo o estardalhaço com a pobre Isabella, a bola da vez agora é o casal de sargentos homossexual. O caso veio à tona semana passada estampada na revista Época, e a discussão se prolongou em vários outros veículos.
Para que você entenda melhor: na última semana de maio, os sargentos Fernando Alcântara de Figueiredo e Laci Marinho de Araújo cederam uma entrevista onde revelaram ter um relacionamento amoroso estável há mais de 10 anos. Os dois se conheceram em Brasília, no ano de 1997, no alojamento do batalhão militar. Demorou pouco tempo para sentirem algo em comum entre eles, saírem do alojamento e morarem juntos em uma república, despertando assim a desconfiança de vizinhos e colegas militares.
Claro que essa declaração dividiu bastante a opinião pública e gerou polêmica diante da peculiaridade dos fatos. Até mesmo parte da comunidade gay viu-se contra a permanência do casal no Exército brasileiro.
Há uma semana o sargento de Araújo foi preso ao sair do programa Superpop da Lucianta Luciana Gimenez. Ao contrário do que muitos pensam, ele não foi preso por declarar-se homossexual em rede nacional, mas sim por deserção (Laci alega problemas de saúde e por isso afastou-se durante 6 meses do trabalho. Por recusar-se a passar pela perícia médica, seus superiores o consideram desertor).
Os sargentos dizem se sentir ameaçados por causa do preconceito. Dizem até mesmo serem perserguidos por militares do Exército desde que se assumiram homossexuais. Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e José Nery (PSOL-PA) reuniram-se no último dia 5 de junho para discutirem o caso e garantirem a integridade física e psicológica dos sargentos.
A intolerância contra homossexuais não acontece só no Brasil. Desde 1993, mais de 12.500 militares foram dispensados das Forças Armadas dos EUA por serem gays, lésbicas ou bissexuais. Há evidências, também, que dois dos maiores imperadores da história mundial também eram gays: Júlio César e Alexandre, o Grande. Cabe a cada um avaliar sua conduta e saber respeitar as diferenças.
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